NOME DOS ORIXÁS

Significado



Na tradição yorubá, o nome de um Orixá revela muito mais do que sua identidade. Ele guarda a essência, a origem, os feitos e as virtudes dessa divindade. Cada nome é uma chave que abre a compreensão de como o Orixá atua no mundo e influencia a vida humana. Pronunciar o nome correto é estabelecer contato direto com o axé, a força vital que ele representa.

Muitos desses nomes têm origem no Oríkì, versos de louvação que exaltam as qualidades e histórias das divindades. Mesmo quando soam estranhos ou difíceis, carregam profundos significados espirituais e culturais.

Olódùmarè é o Senhor Supremo e origem de toda a criação, também chamado Ọlọ́run, o Senhor do céu, fonte de vida e mantenedor da ordem universal.

Àwọn Òrìṣà, ou os Orixás, são forças divinas que regem elementos da natureza e aspectos da existência.

Èṣù (Exu) tem seu nome derivado de Iṣẹ́ e Oníṣẹ, que significam mensagem e mensageiro, e que deram origem a Òjíṣẹ Òrìṣà (Mensageiro dos Orixás), uma de suas denominações. Além de mensageiro, Exu é o guardião dos caminhos e elo entre o mundo visível e o invisível. Sua energia assegura que tudo se mova, e que a comunicação seja possível.

Ògún, o Senhor da luta, é o desbravador e patrono da guerra, da metalurgia e da tecnologia. Representa coragem, disciplina e capacidade de abrir novos caminhos.

Ọ̀ṣọ́ọ̀sí (Oxóssi), cujo nome vem de Ọ̀ṣọ́wasì, o guarda noturno popular, é o caçador ágil, protetor das florestas e mestre da fartura, capaz de encontrar alimento e recursos mesmo nas situações mais difíceis. Ele também é conhecido como Ọdẹ, o Caçador, representando a busca, a atenção aos sinais e a arte de sobreviver.

Lógun Ẹdẹ significa senhor especial de Ẹdẹ, cidade que fica na região metropolitana de Òṣogbo. Lógun Ẹdẹ reúne a habilidade da caça com a delicadeza da pesca, representando equilíbrio e adaptabilidade.

Ọ̀sányìn, nascido do pomo-fruto, é o mestre das folhas e guardião do conhecimento de cura. Domina o segredo das ervas e sabe como equilibrar saúde e energia espiritual.

Òṣùmàrè, o Arco-íris, simboliza o movimento e a continuidade da vida, sendo associado à renovação e à ligação entre céu e terra.

Ọmọlu, o filho do Senhor, e Ọbalúwáiyé, o Rei dono da Terra, cuidam da saúde e da transformação. Regem os ciclos de vida e morte, e trazem a cura física e espiritual.

Nàná, a primeira a estimar, é ligada às águas paradas e à terra, guardando a sabedoria ancestral e a memória da origem da vida.

Ìróko, que significa resistência, é o espírito da grande árvore que atravessa gerações e simboliza estabilidade e proteção.

Yemọja, a mãe dos filhos-peixes, protege a maternidade, a vida e as famílias. No Brasil, passou a ser associada ao mar, onde recebe homenagens e oferendas.

Ọ̀ṣun (Oxum), a senhora da moderação, é deusa da fertilidade, do amor e da prosperidade, cultuada nos rios e cachoeiras, e também protetora da riqueza material e afetiva.

Ọya, a ousada, é senhora dos ventos e tempestades, guia dos espíritos e portadora de mudanças. Também é conhecida como Yánsàn, a mãe da tarde.

Ṣàngó, o rápido e inquieto, é o senhor do trovão, da justiça e do fogo, símbolo de liderança e autoridade.

Ìyẹwá, a mãe da beleza, guarda o mistério, a pureza e o recato.

Ọbà, a nobre, representa a fidelidade, a paixão e o sacrifício pelo amor e pelo compromisso.

Òṣàlá, de Òrìṣà Ńlá, o Grande Orixá, é ligado à criação e à pureza. Já Òṣàgiyán, cujo nome vem de Ògiyán, significa senhor comedor de inhame.

Ibéjì, os gêmeos, trazem alegria, proteção e prosperidade.

Ọ̀rúnmìlà, o céu que separa, é o senhor da sabedoria e do destino, guardião do oráculo de Ifá.

Ọbàtálá, o senhor do pano branco, representa paz, harmonia e equilíbrio, sendo também criador e organizador do mundo.

Muitos Orixás possuem denominações que reforçam suas características e axés. Esses nomes adicionais indicam vínculos de origem e funções específicas no culto, influenciando o uso de folhas, rezas e oferendas. Aqui, no Brasil, esses nomes foram chamados de qualidades de Orixá, o que, de forma real, exacerba suas origens e atributos. Um exemplo é Ọ̀ṣun Ọ̀párá, o cajado do corpo, que simboliza a proteção física. Ela caminha ao lado de Ògún Alágbẹ̀dẹ, senhor dos metais, que lhe deu uma espada como presente. Por isso, Ọ̀párá é cultuada junto a ele.

A lista de denominações e nomes é vasta, e cada um deles enriquece e dá sentido às formas de culto. Cada nome yorubá é uma história viva. O desconhecimento da real importância desses nomes gera uma visão do Orixá que não corresponde ao seu plural poder. Ao considerar os significados dos nomes ou denominações, mergulhamos em um universo de valores, mitos e ensinamentos que mostram como cultuar, de maneira fiel, cada Orixá, mantendo a ligação entre as tradições africanas e o mundo de hoje.

Báyìí ni ìtàn náà dára láti mọ òótọ́! (Como é bom saber a verdade!)

Axé 


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