CINDA NA UMBANDA

Nossa senhora Aparecida na Umbanda é uma Santa muito amada e, a depender do terreiro ou da região, pode aparecer sincretizada com Oxum, Cinda ou com Iemanjá.

Cinda é um dos nomes pelos quais Oxum é conhecida em alguns terreiros, em especial os de Omolocô. Nestes casos, Oxum é chamada de Oxum Cinda da Cobra Coral. Também chamada de Sinda ou Cida.

É possível que o origem deste nome esteja no vodum Sinda (sín-da água; dàn serpente), uma espécie de "ninfa" aquática. Também chamada de Mamãe Sinda ou Mamãe Sinda da Cobra Coral, ou Oxum da Cobra Coral.

Apesar de ser mais comumente ligada a Oxum nos cultos de Umbanda, mamãe Cinda a depender do terreiro ou da região, pode-se, também, encontrar um sincretismo com Iemanjá, pois estas Orixás são igualmente muito ligadas à maternidade, à sensibilidade de mãe e ao zelo por seus filhos. As comemorações em homenagens à Santa se dão sempre no dia 12 de Outubro.

O culto a essa Nossa Senhora iniciou-se no Brasil por volta do ano de 1717, na região de Guaratinguetá, São Paulo.

Conta-se que três pescadores da região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, foram encarregados de fazer uma pesca em tempos não propícios para isso.

Em um primeiro momento, a rede veio sem peixes, mas com o corpo de uma pequena estátua. Jogando novamente a rede, veio ainda sem peixes, mas com a cabeça que completou o corpo, formando Nossa Senhora Aparecida.

Tendo guardado as partes imagem encontrado, jogaram a rede uma 3ª vez, e esta veio, milagrosamente, abarrotada de peixes. Esta foi considerada a primeira intercessão atribuída à santa.

E, apesar de a imagem de Nossa Senhora Aparecida apresentar-se com rosto de pele negra, diferente das imagens comuns das mais variadas qualidades de "Nossas Senhoras", os pescadores que a encontraram e as pessoas que passaram em momento algum tiveram dúvidas de se tratar da Santa Mãe de Jesus Cristo.

Durante os quinze anos seguintes, a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, um dos pescadores que a encontrou, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar.

A devoção foi crescendo entre o povo da região e houve relatos de milagres por aqueles que oravam diante da santa. A fama de seus poderes foi se espalhando por todas as regiões do Brasil.

Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo tornou-se pequeno para abrigar tantos fiéis.

Em 1888, a Princesa Isabel visitou pela segunda vez a grande basílica que fora construída em louvor à nossa Senhora Aparecida e ofertou à Santa uma coroa de ouro cravejada de joias e um manto azul, ricamente ornado.

Os presentes eram o pagamento de uma promessa feita na primeira visita da princesa à basílica. A partir daí, todas as imagens reproduzidas de Nossa Senhora Aparecida, passaram a incluir esses itens na Santa.

Iemanjá é considerada a Rainha do Mar, pois seus domínios são as águas dos mares e dos oceanos.

Iemanjá além de ser mãe de vários dos Orixás do panteão africano, ela ainda criou, como se fosse seu, o filho rejeitado por Nanã, Omulu/Obaluaiê. Por isso Iemanjá é muito relacionada à fecundidade e à maternidade, ou seja, ao mistério da geração.

O próprio Oceano, seu domínio e morada, é importante símbolo dessa ligação com a maternidade, pois o que mais é o oceano senão um enorme berço de todos os tipos de vida.

Como toda mãe zelosa, é benevolente e preocupada com o bem estar de todos, sempre a atender e cuidar dos filhos que clamam, com sinceridade, sua ajuda e intervenção.

Oxum é um orixá feminino das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade, da beleza, da fertilidade e da maternidade.

É mãe por natureza, o que se evidencia no fato de ter criado, como seus, os filhos de Iansã, os gêmeos Ibejis. Possui grande sensibilidade para tratar das questões de seus filhos, de emoções e sentimentos e acolhe todos os que a procuram.

Através de mamãe Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução dos mais diversos problemas como amor, uma vez que ela é a responsável pelas emoções e uniões, vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", e também para questões de maternidade e dificuldade de engravidar.

Símbolo de sensibilidade, Oxum muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, chamados nos terreiros de chorões chorões.

Além disso, Oxum é a dona do Jogo de Búzios e tem grande poder de atuação sobre diversos assuntos.

O sincretismo entre essas 3 divindades é facilmente explicado devido às várias características que as aproximam. 

Uma das características que aproximam essas 3 divindades são figuras femininas e negras. Fato que as torna ainda mais dignas de serem representantes da fé de um povo de população de maioria negra. 

Assim como a figura cristã de Nossa Senhora Aparecida, Oxum e Iemanjá são Orixás dotadas de grande sensibilidade e amor, possuindo, assim, um instinto maternal natural, que é também observado em seus filhos.

Representam e protegem todas as mulheres, principalmente aquelas que são ou pretendem ser mães.

Essas 3 divindades se aproximam também no que remete à maternidade e ao amor incondicional de mãe.

Oxum, também conhecida como Orixá da fertilidade, do amor e da prosperidade, Oxum protege todas as mulheres, especialmente, as gestantes e as crianças, desde bebezinhos até os 7 anos de idade.

Iemanjá, também conhecida como "Rainha do Mar", tem também grande domínio sobre a maternidade. Desde a concepção até a criação dos filhos. Iemanjá é a mãe fértil e orgulhosa de sua grande grande prole. Iemanjá nunca abandona seus filhos, mesmo os que não gerou.

É o exemplo do filho de Nanã, o Orixá Obaluaiê, criado por Iemanjá depois de ter sido abandonado por Nanã. Por estas razões; muitas mulheres procuram na Umbanda, a ajuda espiritual de Iemanjá para engravidar.

Grande protetora das famílias e de sua harmonia, Iemanjá e a Linha das Águas da Umbanda sempre vêm em socorro daqueles que desejam formar uma família ou resolver problemas que têm afetado a vida familiar negativamente.

Uma outra questão que as aproxima é o fato de que tanto Oxum como Iemanjá serem regentes das águas.

Oxum é conhecida como Senhora das águas doces dos rios e das cachoeiras e Iemanjá é a Rainha das águas salgadas dos mares e oceanos.

Já quanto a Nossa Senhora Aparecida, por ter sido encontrada na natureza, imersa nas águas, tornou-se padroeira dos pescadores.

Essas três divindades, tanto as africanas como a cristã, são consideradas principalmente por seu dom da maternidade, pela dedicação incondicional a todos os filhos que pedem, com sinceridade, sua ajuda e sua intercessão junto ao Pai maior.

Todas são símbolos da mães dedicadas, sempre lutando por seus filhos, pois, não importa o motivo ou as falhas do filho; essas mães nunca os abandonam diante das dificuldades pelas quais estão passando.

Estão sempre ao nosso lado, nos dando seu apoio e nos dando o conforto para, assim, passarmos pelas dificuldades, sabendo que não estamos sozinhos nunca.

Tanto Iemanjá, quanto Oxum ou Nossa Senhora Aparecida , como mães zelosas que são, são regentes e promovem enorme proteção às crianças.

No catolicismo, é comum que alguns pais consagrem seus filhos à Nossa Senhora Aparecida.

Já na Umbanda, quando se quer pedir pelas crianças, seja por sua proteção, saúde, etc., Iemanjá ou Oxum, ou ambas são chamadas a atuar.

Se você está sofrendo com problemas de saúde ou falta de dinheiro, faça o seguinte: 

Corte um mamão papaia ao meio. Na metade do lado esquerdo, coloque cinco moedas de 25 centavos e cubra-as com bastante mel. Deixe em um jardim bem florido e, em seguida, reze cinco ave-marias em honra de Nossa Senhora Aparecida, apresentando a ela seu pedido. A outra metade do mamão pode ser consumida normalmente. Essa simpatia deve ser feita apenas aos sábados, às 17 horas, ou no dia 12 de outubro.