CONGÁ NA UMBANDA

Uma Reflexão



Hoje abordarei o símbolo do altar na Umbanda e com certeza deve ser de seu interesse estar consciente da sua força e familiarizado com seu valor.

O que pretendendo é que cada médium se beneficie do seu conhecimento e o aplique com sabedoria para si mesmo em sua vida. Extraindo o máximo das energias que estão à nossa disposição. Estes benefícios que poderemos ter na aplicação das forças positivas de um congá podem resolver muitos problemas comuns, e algumas dificuldades não se apresentariam tão intensas se tivéssemos reparado a grande magia contida na simplicidade do ritual umbandista.

A partir de hoje poderemos esclarecer e estudar juntos os mistérios da nossa religião, e somente após entendermos o que fazemos e por quê fazemos, teremos as bases sólidas para colocar em prática a força oculta em nós e nos elementos do nosso ritual. À luz do conhecimento das coisas poderemos realizar o que queremos em nossas vidas e para os outros.

O Altar - Congá (gongá)

O altar é utilizado em várias religiões como espaço separado para o que há de mais puro e mais sublime: Deus. Demarcando a presença perpétua de Deus naquele local. O Congá como altar é utilizado em muitos terreiros, senão na maioria como local da primeira força a ser invocada em nosso ritual e sem o qual não existiríamos.

Na Umbanda os elementos de fé se cruzam, e vemos imagens católicas, africanas, pedras, copos d'água, incensos, deuses hindus, Buda, Jesus, anjos, caboclos, preto-velhos e outros, marcando o sincretismo e multirreligiosidade de nossa religião. Negros brancos, amarelos, crianças, velhos, homens, mulheres, padres e índios, humanos e anjos sendo cultuados no mesmo altar.

Mas o que confere poder a um Congá? A firmeza?

Se não houvesse pessoas ali, ele teria a mesma força?

E se não usássemos o congá em nosso ritual teríamos a mesma força? Os orixás nos abençoariam do mesmo jeito?

Esta última pergunta nos faz lembrar que a Umbanda revelada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas iniciou-se numa mesa coberta por um pano branco, com um copo d'água e uma rosa branca. Ao longo do tempo cada Guia Chefe de uma tenda foi incrementando a sua raiz, a sua fé, a crença do seu médium e dos seus filhos no altar. Por isto não há uma regra na decoração de um congá.

Existem rituais feitos para o fortalecimento, imantação, limpeza, assentamento e consagração de um Congá, mas não será o objeto de estudo hoje. No momento certo daremos atenção a estes pontos e muitos outros progressivamente.

O que postulamos é que cada elemento que podemos ver em um Congá, tendo ou não imagens, é somente a parte que os olhos físicos podem ver em sua limitação. Por além do que vemos está uma tremenda força irradiadora da luz. O Congá é a representação do símbolo que é o SOL, ele simboliza a Luz irradiada para a nossa gira. O Congá como SOL irradia todas as forças mais sublimes e positivas para todos nós.

É um portal da luz, entre o mundo que vemos e o mundo que não vemos.

O mundo desde a sua criação sempre foi um altar, e em seu horizonte o sol iniciava o dia e o terminava. Um ciclo de atividade e repouso. A vela central em nosso Congá equivale a presença da luz, que vemos, para os nossos trabalhos. Abrimos a gira, a luz se faz presente, o sol se levanta. Terminamos a gira, vamos repousar.

Um dos grandes fundamentos do Congá é a sua posição geográfica, ele está no leste, de onde vem a luz e o sol nasce.

Cada energia sublime incorporada como "Orixá", todo espírito que ali saudou, cada irmão que a cabeça consagrou ali, a fé de inúmeros médiuns, pensamentos, as oferendas, orações e tudo mais que passou pelo altar o fortaleceu.

É um imã e concentra a positividade, amor, respeito, vitórias, alegrias, saúde, cura, vida, união e luz! Um livro aberto para nós! Uma antena sintonizada na fé de cada um.

Mais do que oferendas, o Congá pode ser alimentado de boas vibrações.

Neste altar não estão somente as imagens e coisas que vemos, nem energias invisíveis somente. Não está só Obaluwaiyé, Oxalá, Oxun, Jesus, São Jorge... Todos estão ali e todos vieram da mesma fonte. Logo a reverência que prestamos no altar é para Deus! O local está protegido, amparado, iluminado e consagrado a Deus como observador de nossos atos e como força principal presente em todo espaço, principalmente no local que mais lhe reverenciamos.

Propomos um exercício para melhor receber as bênçãos cósmicas em sua vida:

Na próxima vez que entrar em um terreiro e colocar seu uniforme branco, símbolo de sua pureza e trabalho, tome um copo d'água, e quando for bater a cabeça no Congá não seja rápido. Pare, observe e sinta. Não com os olhos e com as mãos, tome consciência das coisas que consegue sentir de olhos fechados, reflita sobre o que veio buscar, faça uma prece rápida de seu coração, se permita receber as bênçãos de Deus e sinta-se desde já abençoado! Respire bem fundo, encha seus pulmões e seu corpo com as energias positivas e construtivas. Prenda a respiração sentindo esta energia sendo distribuída em seu corpo, e solta lentamente agradecendo...

Veja além do que as pessoas vêem, esteja em contacto com o Deus que está em você! Se praticar este exercício sempre, estarás desenvolvendo a intuição de perceber as coisas por dentro. A sua visão espiritual aumentará e a audição também. Começará a sentir cheiros fora da matéria como flores, ervas e oferendas dos orixás. Estarás desenvolvendo os dons que possuímos adormecidos.

Com certeza este exercício também mostrará à Egrégora a sua concentração e doação, e como se esforças para extrair o melhor para si e para os outros. E seremos colocados sob as mais positivas forças protetoras de Deus e de nossa egrégora em todos os lugares onde formos.

As giras serão diferentes, mas o que ou quem mudou fomos nós. 

Salve a Coroa Maior! Salve o nosso Congá!


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