TRONQUEIRA

Elemento de Imantação e Ligação



É em nossa poderosa Tronqueira que se encontra a força dos nossos Guardiões que militam em dimensões a nossa esquerda.

Nesse ponto de força tem como funcionamento uma vibração divina que está para o Terreiro como um para-raios, é um portal que impede as forças hostis e maléficas se servirem do ambiente religioso de maneira deturpada. 

No ambiente astral os Exús e Pombo Giras se utilizam dos elementos dispostos na Tronqueira para beneficiar os trabalhos realizados no interior do templo.

Com esses elementos esses incansáveis trabalhadores da caridade e da luz, anulam as grandes forças negativas, recolhendo e encaminhando seres trevosos, abrindo caminhos, protegendo a casa, seus médiuns e seus consulentes. 

A cor interna de uma Tronqueira é independente, contanto que não seja toda preta. A cor vermelha se presta bem a essa finalidade, por ser uma cor primária, que degrada correntes maléficas. Não é usada por simplesmente estar ligada aos Tarefeiros. O importante é que a Tronqueira esteja sempre limpa, e nunca se coloque dentro dela essas imagens inverossímeis dos ditos Tarefeiros. Coloque-se, sim, os verdadeiros elementos de imantação e ligação, desses trabalhadores da Umbanda.

As firmezas das Tronqueiras podem ser contidas de vários elementos, esses elementos vão ser colocados nesses assentamentos conforme as regras da casa ou das ordens do Exú chefe do terreiro, ou mesmo das recomendações do mentor do templo.

Dentro das Tronqueiras podemos encontrar vários tipos de ferramentas, instrumentos e símbolos como tridentes, pedras, punhais, ervas, velas, quartinhas (tanto para gênero masculino quanto para gênero feminino).

Cada instrumento ou símbolo tem sua finalidade específica, e tanto os Exús quanto as Pombo Giras ativam suas forças de proteção nesses elementos com a finalidade de realizarem seus trabalhos espirituais de caridade. 

A tronqueira é um recurso poderoso e essencial, maravilhosamente colocado como recurso de proteção em nossa Casa, e é cedido pelas forças do astral superior em prol da caridade, pois recebemos assistidos, que na sua grande maioria vem acompanhados de seres trevosos os atormentando.

Se quiser colocar oferendas em na Tronqueira como um presente aos Tarefeiros, sem intenções magísticas ou mesmo pedir favores, pode-se colocar flores, frutas e legumes de todos os tipos, etc. No linguajar de Terreiro: "Exu come tudo o que a boca come". Farofas, azeite de dendê, podem ser ofertadas, mas, constituem muito mais como elementos de manipulação magística. Moedas que são ofertadas ou usadas em magias, constituem em elemento primordial emanador de fluidos materiais, pois passam de mão em mão, sendo constantemente carregadas com magnetismos de prosperidade. 

É muito importante que os médiuns e consulentes tenham em mente a importância de uma Tronqueira, e que todos saibam que esse ponto de força e proteção está sobre as ordens da lei de nosso Pai Maior.

Muitas seitas que se utilizam do nome da religião de Umbanda, se utilizam dessa força de proteção em busca de negatividade, como por exemplo, utilizar desse poder a fim de pedir coisas sem nexo, como atrapalhar a caminhada de um semelhante, amarrações amorosas, vinganças, enfim, qualquer tipo de pedido maléfico, que essas pessoas acreditam que se fizer nas Tronqueiras vão conseguir, porém a realidade é outra bem diferente, aqueles que tentam se utilizar da Tronqueira e suas Entidades de Luz para tais fins, certamente deixarão de ser protegidos pela mesma, e claro que assim sentirão na própria trajetória a chegada de espíritos obsessores como os Kiumbas, Eguns e Zombeteiros. 

Ao adentrarmos aos terreiros de Umbanda, devemos saudar com muito respeito a Tronqueira e as Entidades de Luz que ali estão representadas, e isso deve ser feito não só pelos filhos da casa, mas também pela assistência e consulentes, frisando que devemos fazer a mesma coisa ao sairmos.

Quando uma pessoa se achar necessitado de proteção, pode se servir do poder desses guardiões, podendo, com autorização do Sacerdote da casa, acender uma vela, pedindo com fé, auxílio e proteção que certamente receberá mediante a seu merecimento.

Os Povos da Tronqueira estão sempre a serviço do bem e da lei maior. São realizados essas firmezas sempre em dias de Giras nas casas de Umbanda, porém nada impede de ser acesas velas nos demais dias.

Infelizmente o assunto Tronqueira é algo que gera muitos debates e centenas de dúvidas, até mesmo para quem é frequentador da Umbanda. A Tronqueira por estar ligada diretamente aos nossos amados Exús e Pombo Giras, nos quais por extrema falta de informações, tem seus trabalhos mal interpretados.

A Tronqueira tem várias finalidades dentro do terreiro, a proteção, como vimos acima é uma delas, e sabemos que toda a energia que emana da Tronqueira é usada para o trabalho de Entidades de Luz da linha da esquerda, ou seja os Exús e Pombo Giras, que utilizam dessa energia para a limpeza e extrema proteção a casa e ao trabalho de caridade. A energia da Tronqueira também tem como finalidade ser a fonte que alimenta um campo de força energético que se mantém no astral, em uma enorme área em torno do terreiro, essa área tem uma base de medida de 100 metros linear para frente, para trás, para esquerda e para direita, podendo ser contada essa área em 10000 metros quadrados, essa área é protegida pelos Exús e Pombo Giras.

A palavra Tronqueira quer dizer "tronco", ou "base" na língua Tupi. Significa a base dos trabalhos espirituais feitos nas casas de Umbanda.

A Tronqueira faz o trabalho inverso ao do Gongá, pois na Tronqueira que é um portal de polaridade negativa absorvedora e esgotadora utilizado para afastar todos os espíritos sem luz daquele ambiente espiritual, enquanto o Gongá que é um portal de polaridade positiva irradiadora, trás ao ambiente as forças de Entidades de Luz, fazendo assim que a Tronqueira fique com a missão de limpeza e proteção e o Gongá com a missão de cura e abertura de caminhos aconsulentes.

Sabemos que diversas pessoas frequentam uma casa de Umbanda, seja no modo físico, ou no modo espiritual, e cada uma dessas pessoas, seja consulentes ou médiuns trabalhadores, traz consigo suas cargas espirituais, sentimentais ou sociais. Essas cargas são somadas a seus pensamentos mesquinhos, suas raivas, suas iras, seus rancores, seus ódios, seus desamores, suas desilusões, e muitas dessas energias obscuras somados com alguns espíritos obsessores podem fazer grandes estragos nos trabalhos de caridade espirituais, porém essas cargas nem conseguem se aproximar dos terreiros de Umbanda, pois os Exús trabalhadores da Tronqueira ficam encarregados de buscar e juntar todos essas cargas, e descarregando a todos, dando oportunidade de nos livrarmos desse mal e assim podermos acompanhar os trabalhos sem atrapalhar a caridade cedida. 

Para finalizar vou descrever uma saudação a Tronqueira e as Entidades de Luz que nela trabalham. 

Minha Tronqueira tem axé, tem vontade e tem vida, tem Exú e Pombo Gira para guardar e proteger. Minha Tronqueira tem axé, também tem Exú e Pombo Gira Mirim, desde já, saúdo Pedrinha Preta, 7 Pedrinhas e o Foguerinha que com seu jeitinho maroto de aprontar e desenrolar as verdadeiras intenções vão nos mostrar.

Minha Tronqueira tem axé, tem vela tem marafo, tem dendê e aguardente. Minha tronqueira tem axé, sem porta e sem janela, dizem que alguém tá procurando, morador pra morar nela.

Minha tronqueira tem Guardião, que guarda de noite e protege de dia e quem guarda e protege também eu chamo de vigia. Minha tronqueira tem axé, não tem nome e não tem foto, tem o nome que ela guarda e o meu corpo que ela cobre.

Minha tronqueira tem axé, tem caldeirão e alçapão, tem escada, tem ponteira é morada de Guardião. Minha tronqueira tem axé, tem abismo e escuridão, que é passagem pra quem desce e alivio pra quem sobe.

Minha tronqueira tem axé, tem relógio, tem sino, quando da a meia noite é sinal que está abrindo. Minha tronqueira tem axé, tem chicote, tem espada, tem punhal e bracelete, tem capuz e tem mortalha, tem arma pra combater, uns dizem pra bater outros para aprender.

Minha tronqueira tem axé, tem chave e cadeado, tem ferradura, tem bigorna, onde o aço forja, corta e trinca. Minha tronqueira tem axé, tem Exú João Caveira, Capa Preta, Sete Encruzilhadas, Sete Porteiras, Sete Tronqueiras, tem Marabô, Exú Rei, Senhor Tiriri, tem Exú Mulambo, Sete Covas, Sete Cruzes, Sete Catacumbas, Exú Caveira, Senhor Caveirinha e o grande Mestre Tranca Ruas. E como ao lado de todo homem encontramos grandes mulheres, aqui não poderiam faltar as suas senhoras, por isso tem Dama da Noite, Cigana Esmeralda, Pombo Gira Serpente, tem Rosa das Setes Saias, Pombo Gira Maria Quitéria, Maria Padilha e Maria Mulambo.

Minha tronqueira tem axé, tem suor e tem lágrima, suor de quem trabalha e lágrima de quem não escapa, lembrando que a lei abrange a todos. Minha tronqueira tem axé, tem hora de apanhar e tem hora de bater, batendo ou apanhando tem Exú a me valer.

Minha tronqueira tem axé, tem Curador, de certo tem Curador pra me curar, e Exú do Ouro para prosperar. Minha tronqueira tem axé, é morada de sentinela, se tem mandingueiro é Exu Velho que habita nela. Minha tronqueira tem axé, tem pimenta malagueta, tem fogo, tem fogueira, tem brasa tem braseiro.

Minha tronqueira tem axé, não tem corte, mas tem morte, mata de mansinho bem devagarzinho, mata o vicio e as trevas que habitam o caminho. Minha tronqueira tem axé, tem entrada e tem saída, tem salve e saravá e por aqui eu vou ficar.

Salve a força da nossa Tronqueira, salve os nossos Guardiões!


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